O vídeo se refere a uma campanha contra o preconceito à Síndrome de Down. Nele, observamos duas crianças brincando em um carrossel, uma criança tem Síndrome de Down e outra não, acompanhadas por legendas dizendo que Carlinhos pode fazer várias coisas, enquanto seu amigo não.
Este vídeo relacionado ao preconceito relacionado à Síndrome de Down busca nos revelar nosso próprio preconceito. Ele nos conduz a pensar que o Carlinhos é a criança que não tem Síndrome de Down, já que ele pode fazer várias coisas, partindo do pressuposto de que grande parte de nossa sociedade acreditaria que ele não estaria apto a fazer quase nada, já que, ao final do vídeo, descobrimos que Carlinhos é o menino com síndrome de Down. Os produtores do vídeo já esperam nossa surpresa, chamando nossa atenção ao apresentar as crianças - “Ei, este é o Carlinhos”. Esse pensamento de que o Carlinhos é a criança sem a Síndrome também é induzido pelos autores através da forma que as legendas foram escritas, pois elas sempre começam falando o que o Carlinhos faz algo, posicionadas à esquerda, sendo que a criança que está à esquerda é a que não tem a síndrome.
A respeito da edição do vídeo, apesar de as crianças estarem sorrindo e se divertindo, este aspecto foi enfatizado pela manutenção do cenário fixo e fazendo “closes” em suas atitudes. Os autores também construíram o vídeo usando apenas tons de cinza com uma música lenta, o que faz passar uma mensagem de tristeza. A música também, apesar de no nosso país poucas pessoas terem a oportunidade de entender a língua inglesa, nos faz refletir bastante a respeito de que ninguém é igual, mas apesar disso sempre tentamos ficar parecidos com um modelo que a sociedade acha que é o ideal.
Os meninos estão brincando um com o outro sem problema algum, como se não vissem ou não se importassem com a diferença entre eles. Isso para reforçar a idéia de que preconceito é uma atitude adulta. Mas será que realmente é?
Os autores souberam passar muito bem a mensagem, pois é difícil encontrar pessoas que não se impressionem ao saber quem é o Carlinhos e ao se impressionarem refletem sobre seu próprio preconceito, que é o objetivo da campanha, pois segundo eles se uma pessoa com Síndrome de Down não conseguiu fazer algo, foi porque não a permitiram que fizesse. Este preconceito pode ser comparado ao preconceito a pessoas com alguns tipos de diferenças físicas (paraplégicas, surdos-mudos...) ao acharmos que elas não podem fazer nada sozinhas...
Equipe: Luiz Martins G. Neto, Samuel A. da Fonseca , João Fernando S. Rocha e Thiago Nunes.
Vocês souberam analisar a intenção do autor, seria legal analisar também as imagens e os sons da propaganda, a música e as sensações envolvidas. ^^
ResponderExcluirPropaganda muito bem elaborada, pois nos leva a um mundo de pensamentos e conceitos que tínhamos e que vamos ter. O autor quis realmente nos chocar levando em conta que temos, seja por falta de informação ou preconceito, uma visão errônea dos portadores da síndrome. Outro enfoque da propaganda é que existem muitas crianças moradoras de rua, que não tem a oportunidade de ir a uma escola, de fazer natação muito menos de ter aulas de piano. A mesma quer que abramos nossos olhos para “Milhares de crianças no Brasil precisam da sua ajuda”, ou seja, não tem oportunidades muito menos espaço e direitos, alem de existir preconceito existe a falta de consciência. Nas imagens são apenas duas crianças se divertindo em um carrossel, para elas não importa quem está do lado: o amigo não se importa que Carlinhos seja portador da Síndrome de Dawn, como também para Carlinhos não importa que seu amigo seja morador de rua, neles existe a pureza e a simplicidade de ser criança, de não ligar para aparências ou mesmo para status.
ResponderExcluirO vídeo da propaganda publicitária sobre a Síndrome de Down é realmente muito interessante e ao mesmo tempo impactante, pois, assim como mencionado na análise realizada pela equipe, nos faz perceber o próprio “preconceito” com relação a uma pessoa portadora desta Síndrome.
ResponderExcluirA Análise elaborada pelo grupo ficou boa, porém podemos levantar alguns outros aspectos observados neste filme:
- As imagens do vídeo, apesar de apresentar as duas crianças rindo, compartilhando, ambos, da mesma felicidade e interagindo um com o outro de forma natural e saudável, são sempre em tons cinza, como se quisesse representar algo sem vida, triste.
- Apesar das “diferenças”, os dois protagonistas estão brincando e se divertindo como duas crianças que aparentam as mesmas condições de vida e saúde. Em contrapartida, as frases de rodapé dizem que uma não costuma fazer o que a outra faz com freqüência, dando a idéia de incapacidade, a princípio do menino com Síndrome de Down.
- Durante a propaganda o choque do telespectador é grande, já que o sentimento inicial é de injustiça perante o tratamento diferenciado que crianças especiais erroneamente recebem (pois se sabe que essas crianças possuem as mesmas condições de exercerem as atividades que as não portadoras exercem). Porém, no final, percebemos que o menino de rua é o que possui maiores dificuldades e por isso, precisam mais de nossa ajuda do que um menino especial, que necessita basicamente do nosso respeito.
- Outro aspecto bastante interessante de se observar é a pouca mudança de cenário, que faz com que a atenção do telespectador se concentre somente nas duas crianças e nas suas atitudes.
- O brinquedo em que eles estão se divertindo, trata-se de um carrossel que nos remete a infância e nos faz lembrar os sentimentos de pureza, inocência e ingenuidade de criança.
- Fica claro, na visão dos meninos, que não há diferença entre eles. As crianças normalmente buscam a felicidade em coisas simples como a brincadeira em um carrossel na companhia de um amigo independente de classe social ou de ser ou não especial. Este fato deixa clara a questão de preconceito como coisa de adulto.
Acreditamos que a intenção do vídeo seja realmente chamar atenção para o pré-conceito que todos temos. Pois temos a certeza que 99% das pessoas que assistiram ao vídeo confundiram os meninos... fica evidente a inocência das crianças brincando juntas no parque, porque criança carrega com si esse lado inocente e igual de ver as coisas, que na visão delas todos iguais,e o preconceito surge na medida que vamos crescendo e não aceitamos as diferenças existentes na sociedade,seja para as crianças de rua ou as portadoras de Sindrome de down...a música interpretada por Radiohead ''Fake Plastic Trees'',nos envolve e nos chama atenção pela letra também, dando a idéia de ''Se eu pudesse ser quer você quer''ou seja de que o mundo seria bem melhor se cada um soubesse respeitar as diferenças.
ResponderExcluirVocês descreveram muito bem o que os publicitários que realizaram esta campanha queriam como efeito deste vídeo: usar dos nossos preconceitos para que, ao nos chocarmos com estes, começássemos a questioná-los. Agora, que estratégias usaram para isso? Que mecanismos textuais audiovisuais usaram para desencadear este efeito nos leitores? Um deles vocês bem apontaram: a localização estratégica das legendas. Outro, apontado no comentário da Amanda e da Cláudia, é partir do pressuposto de que as crianças, teoricamente “mais puras”, ou sem preconceitos, não se importam com as diferenças uma da outra. Isso está estrategicamente colocado para que não nos vejamos nestas crianças, mas que as vejamos como exemplo do que é “o” certo – o preconceito, como nos lembram a Isadora, Josiane e Mayara, é visto como “coisa de adulto”. Elas apontam também para os mecanismos de funcionamento do texto: falam dos tons de cinza e da música triste, que nos sensibilizam, ativando nossas memórias, contruídas dentro de uma sociedade em que este tipo de cor ou música nos remete à melancolia - os tons e a música nos preparam de alguma forma para estarmos sensíveis. O cenário, também levantado por elas, não muda, mantendo o foco não apenas nas ações das personagens (como elas mesmo dizem), mas, especialmente, nas legendas, que são a chave do vídeo – são as únicas coisas que mudam ao longo do vídeo. Se víssemos este vídeo sem as legendas, o efeito desejado pelos autores, seria bastante diferentes. O Ezequiel e a Tayrine chamaram a atenção também para a letra da música, o que desencadearia efeitos ainda efetivos se a campanha fosse internacional (não sei se é), pois chama a atenção para a necessidade que todos temos de sermos aceitos como somos. E do quanto muitas vezes sentimos necessidades de nos modificarmos, apenas para tentarmos ser quem as outras pessoas desejam que sejamos, para atingir determinados padrões, socialmente mais aceitos. Há ainda mais uma provocação, que até discutimos em sala de aula: o quanto fica “normalizado”, ou justificado, que uma criança de rua não possa nadar, estudar, etc. Neste sentido, todos os preconceitos que que destinaríamos ao Carlinhos é direcionado ao seu amigo. Assumimos, ao cairmos no efeito-leitor desejado pela campanha, que “aí sim”, isto sim é verdade. Mas... deve ser? É?
ResponderExcluirSugiro que vocês incorporem estes apontamentos em seu texto, além de alguns trechos do artigo lido na última aula, sobre como são construídas as estratégias publicitárias, dando maior suporte teórico ao que vêm dizendo em suas análises.